segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Lua Nova - Capítulo 6: Amigos

"(...) A voz dele se perdeu enquanto eu passava pelas árvores.
Eu ri baixinho. O som fez com que meus olhos se arregalassem de surpresa. Eu estava rindo, rindo de verdade. (...) Senti-me tão leve que ri de novo, só para a sensação durar mais.
(...) Enquanto eu subia a escada, tive a última sensação anormal do bem-estar da tarde sendo drenada do meu sistema, substituída por um medo depressivo da ideia do que teria de suportar.
Eu não estava mais entorpecida. Aquela noite, sem dúvida, seria tão apavorante quanto a anterior. Deitei-me na cama e me encolhi como uma bola, preparando-me para a investida. Fechei bem os olhos e... a próxima coisa que percebi é que já era manhã.
Olhei pasma a luz prateada e pálida que entrava pela janela.
Pela primeira vez em mais de quatro meses eu tinha dormido sem sonhar. Sem sonhar nem gritar. Eu não sabia qual emoção era mais forte - o alívio ou o choque.
Fiquei imóvel na cama por alguns minutos, esperando que voltasse. Porque alguma sensação deveria vir. Se não a dor, o torpor. Esperei, mas nada aconteceu. Eu estava descansada como não me sentia havia muito tempo.

(...) Talvez..."

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