quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Meus relatos sobre uma sociedade injusta.

- Para você ser do nosso grupo, você tem que ter um desses.

Foi depois de ouvir esse diálogo que eu resolvi escrever um pouco sobre uma cidade consumista, onde você é o que você tem e depende da opinião dos outros para sobreviver. Não tem tal coisa de tal loja? Você não é nada. Um grupinho espalhou por aí que você pega geral? Você não é nada. Agora imaginem minha situação. Do interior do Espírito Santo ao interior da Bahia, e agora aqui. Fui acostumada a primeiro divulgar minha imagem anterior antes de ser julgada. Cheguei aqui, fui muito bem recebida inicialmente. Tênis de marca? Nunca tive. Roupa de marca? Uma ou duas peças, e olhe lá. Os olhares começavam a aparecer, mas eu nunca liguei de verdade. Fiz o que eu chamava de bons amigos, em quem eu confiei e contei muitos dos meus segredos. Até aí estava às mil e uma maravilhas, até hoje. Fui bombardeada com a seguinte notícia: não acreditavam no que eu os contara, interpretavam minha amizade com homens como "dar em cima", e minha amizade com uma das populares como se eu a estivesse usando para chegar lá também; minha explicação de certos fatos como contar os problemas pra qualquer um, e meu jeito como querer chamar atenção. Agora eu pergunto à cada um de vocês: realmente é possível que alguém mude hábitos de treze anos em duas semanas? Que alguém se adapte tão fácil à uma nova escola e nova vida, onde a escola é dividida em panelinhas e você tem que escolher a sua, e ralar pra entrar? Por mim não ligaria não, mas só tenho um recado a dar: eu considerei vocês meus melhores amigos. Confiei em vocês. E vocês não foram capazes de acreditar em mim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Os ventiladores...

Por: Leonardo David Sampaio
Numa sala de um conhecido colégio estadual no Extremo Sul Baiano o calor predominava.
Lembro como se fosse ontem, era aula de português, da professora Cléria. Lembro que ela explicava o que era uma crônica, De uma forma... digamos... um pouco estranha. Eram duas aulas seguidas de português, e cá pra nós, duas aulas de português, putz, é sacanagem! Pra lá da segunda aula, a ‘animação’ era visível na face de todos, pois o calor nos castigava, e o vigilante, o maldito responsável por ligar os ventiladores, tinha desaparecido e não ligava os ventiladores, ou melhor, o único ventilador. Porque dos quatro que tinha naquela sala, apenas um funcionava e de forma precária.
Num dado momento algo inimaginável aconteceu. Eu estava deitado na minha carteira, babando feito criança, meus olhos fechavam de cansaço... foi quando o inesperado aconteceu. Ouvi aquele barulho alto e forte, barulho de motores ligando, digo motores, M O T O R E S, meus amigos, ou seja mais de um, eram MOTOREEEES porra! Naquela hora, minha baba secou, meu cansaço tinha ido embora. Meus amigos, sem avisar ninguém, a secretaria da escola tinha colocado novos ventiladores na minha sala. Ventiladores que faziam valer o seu nome, eles ventilavam!
Puta que pariu! Na hora eu pensei: “PUTA QUE PARIU! EU TÔ SONHANDO?! PUTA QUE PARIU, É VENTO, CARA, É VENTO!!!!!” Na hora o que me veio à cabeça foi que eu realmente estava sonhando. Eu podia esperar tudo naquela segunda-feira, até o Obama podia aparecer lá na sala pedindo o meu MSN e o Orkut, mas os ventiladores funcionando?! Ah... isso aí eu nunca ia imaginar...

domingo, 13 de setembro de 2009

Memories.

Eu tremia. Me sentia tão só que não acreditava mais na luz. Caída no pouco hão que ainda me restava, cercada pelas trevas e pelos meus medos, esperava, por cada infinito segundo, pela escuridão definitiva, aquela que me livraria de todas as dores físicas e mentais. Afirmo que era a minha única esperança, como aquela ao final da boceta de Pandora. A última depois de tantos males. Tentava deixar-me envolver pela inconsciência, obtendo apenas alguns segundos de sucesso, vez ou outra. E então, a treva fez-se luz. No primeiro segundo, apenas uma fresta, na qual eu não acreditei. No segundo seguinte, um clarão que me cegou e me assustou. No terceiro segundo, a luz era tão forte que eu não era capaz de distinguir as formas ao meu redor. Meus olhos ardiam, e fechei-os por um instante. Ao abri-los, percebi uma falha no cerco de luz. Uma silhueta cercada pelo brilho, que não se anunciava, apenas chegava mais perto, sempre sutil. Perdi por um instante a consciência, e ao recupera-la vi uma agora grande falha na luz. O branco que tomava a paisagem se contrastava com o efeito negro que a ausência de luz provocava naquele cavaleiro. Sim, um cavaleiro. Um cavaleiro negro. Que descendo do seu cavalo me estendeu a mão. Eu não controlava mais meus atos. Não sou capaz de explicar como minha mão se estendeu à dele também, e se tocaram. O toque criou mil sensações diferentes. Primeiro, um sentimento doce, que me puxava cada vez mais àquela figura desconhecida. Depois, o desejo. Um desejo forte, que me dizia que eu pertencia a ele, e ele a mim, a partir daquele momento. Quando dei por mim, a floretas escuras que antes me assustava se transformara em um campo. Um campo verde e ensolarado. Fui puxada à garupa do cavalo, e meu cavaleiro me levou a galopar pelos vales, fazendo juras de amor eterno daquele jeito silencioso, como só ele sabia...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Repostando.

'Oh it's what you do to me
Oh it's what you do to me
Oh it's what you do to me
Oh it's what you do to me
What you do to me' ♪